UFC inicia processo de curricularização da extensão; cursos de graduação devem adaptar seus projetos pedagógicos até 2022
Data da publicação: 21 de junho de 2021 Categoria: Curricularização, Projetos de ExtensãoAs aulas, as leituras de textos acadêmicos e os estágios são etapas essenciais da formação de um estudante, mas não são as únicas: é na extensão universitária, ou seja, na interação entre o aluno e a sociedade e nas experiências vividas fora do ambiente acadêmico que, muitas vezes, o aprendizado se consolida.
É pela importância da extensão que, atualmente, universidades de todo o Brasil, incluindo a Federal do Ceará (UFC), se preparam para implementar a chamada curricularização da extensão, processo que consiste em estabelecer, nos cursos de graduação, uma carga horária mínima obrigatória destinada a atividades extensionistas.
A curricularização da extensão é uma estratégia nacional prevista na Meta 12.7 do Plano Nacional de Educação (PNE) 2014-2024 (Lei nº 13.005/2014). De acordo com a legislação, devem ser assegurados, no mínimo, 10% do total de créditos curriculares exigidos para a graduação em projetos de extensão, prioritariamente em áreas de grande pertinência social.
Na UFC, o assunto vem sendo debatido há vários anos, sob coordenação da Pró-Reitoria de Extensão (PREX), mas ganhou força a partir de 2017, com a aprovação da Resolução nº 28/CEPE. O documento normatiza os procedimentos pedagógicos e administrativos necessários para que os cursos façam a inclusão da extensão em seus projetos pedagógicos.
O prazo do PNE para que a curricularização esteja em pleno funcionamento é o ano de 2024. Porém, a PREX alerta sobre a necessidade de desde já iniciar a readequação dos projetos pedagógicos de cursos (PPCs). A Universidade estabeleceu o fim de 2022 como data-limite para que os PPCs sejam atualizados com a carga horária mínima de 10% e máxima de 15% destinada à extensão.
“A extensão tem um papel fundamental no ensino superior, ao lado do ensino e da pesquisa. Ela leva a uma formação profissional ética e humanística que é imprescindível. O diálogo entre teoria e prática, a experiência extramuros da Universidade são importantes para o desenvolvimento acadêmico do aluno e para sua preparação para o mundo do trabalho”, avaliou a pró-reitora de Extensão da UFC, Profª Elizabeth Daher.
COMO VAI SER – Funcionará da seguinte forma: se um curso de graduação possui carga horária total de 4 mil horas, por exemplo, será necessário que pelo menos 400 horas sejam cumpridas pelo aluno em atividades extensionistas.
De acordo com a coordenadora de Extensão do Campus do Pici, Profª Nadja Dutra, que está à frente do tema na PREX, não se trata de criar horas a mais nos cursos, mas, sim, de adequar a carga horária já existente.
Para isso, os cursos poderão trabalhar com duas modalidades de curricularização:
Modalidade 1: os estudantes cumprem a carga horária ao se engajar em ações e projetos de extensão já cadastrados pela PREX. Os cursos poderão delimitar, em seu PPC, as áreas temáticas e o tipo de projeto nos quais o aluno poderá participar para atingir a carga horária extensionista;
Modalidade 2: os créditos de extensão podem ser cumpridos através de disciplinas já existentes do curso. Por exemplo: o professor pode estabelecer que parte da carga horária de sua disciplina será cumprida com alguma atividade de extensão, como envolvimento em projetos sociais, realização de eventos externos, desenvolvimento de oficinas para as comunidades, dentre outras propostas.
Segundo a Profª Nadja, também é possível optar por um modelo misto, que mescle as duas modalidades. Em todos os casos, o estudante terá de participar efetivamente da atividade, devendo ser protagonista e não somente um ouvinte ou participante sem vínculo formal.
Ela reforça que, na modalidade 1, as ações devem estar cadastradas na PREX. Isso não será necessário para a modalidade 2, ou seja, a atividade realizada em uma disciplina não precisará, necessariamente, estar cadastrada na Pró-Reitoria.
“A decisão sobre as modalidades deve ser coerente com a realidade de cada curso. Há casos como o da Educação Física, por exemplo, que possuem vários projetos de extensão cadastrados na PREX. Neste caso, pode ser mais interessante optar pela modalidade I, estimulando os alunos a se engajar nas ações já cadastradas”, explicou a docente.
Algumas graduações da UFC já implementaram a curricularização ou estão com o processo em andamento. A PREX tem realizado encontros nas unidades acadêmicas para sensibilizar, esclarecer dúvidas e orientar sobre os procedimentos necessários para a atualização dos PPCs. Além disso, a Pró-Reitoria elaborou uma sessão de Perguntas e Respostas em seu site para esclarecer os principais pontos.
A Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), por meio da Coordenadoria de Projetos e Acompanhamento Curricular (COPAC), também está envolvida no processo e tem assessorado os cursos de graduação na atualização de seus PPCs. A equipe tem feito articulações com a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) e com a Pró-Reitoria de Planejamento e Administração (PROPLAD), na preparação dos processos administrativos necessários.
Além disso, a COPAC tem participado de reuniões sistemáticas com cursos de graduação, para dar orientações sobre atualização de PPC; realizado a análise documental dos processos; e intermediado a aprovação final dos documentos, dentre outras atividades.
Para facilitar o trabalho dos cursos, a Prex elaborou o Guia mostrado acima e COPAC elaborou documentos norteadores e sugestões de fluxograma que podem ajudar na implementação da curricularização.
Para mais detalhes (Guia, FAQ, fluxograma da Curricularização e mais), convém acessar a Página Principal da Curricularização – neste link.
Fontes: Profª Nadja Dutra, coordenadora de Extensão do Campus do Pici e articuladora da curricularização da extensão na UFC – e-mail: nadja@det.ufc.br; COPAC/PROGRAD – e-mail: copac@prograd.ufc.br